Bernardo tem uma cabeça um pouco maior, orelhas proeminentes que sobressaltam e ombros estreitos. Seu cabelo é preto, em um estilo antiquado, repartido no meio cheio de pomada para penteado. Suas calças estão sempre muito acima da cintura, o que deixa exposta suas canelas, que são marcadas por pancadas causadas por distração. Ele calça sapatos marrom, muito gastos, rotos e se move de maneira vagarosa e incerta - definitivamente não é alguém que você queira estar lado a lado em fervorosas batalhas em terras Tibianas.
Mas, aqui na academia de Edron ele tem seu valor e importância. Bernardo e seu camarada Gunther são acadêmicos. Em seu campo de especialização, os oceanos do Tibia, suas palavras contém extrema influência. Neste encontro da academia, entretanto, seus avisos foram solenemente ignorados...
Bernardo tenta novamente: "Eu posso lhes afirmar que esta anomalia não é uma mera invenção da minha imaginação. A população de tubarões diminuiu drasticamente, e em um estado alarmante. Vibrações vindas das profundezas dos mares foram também regularmente gravadas, vindas do leste. Nenhum maremoto ou movimento de placas tectônicas podem ter valores tão alarmantes. Suas durações e regularidade não possuem precedentes."
"E o que você acha que é responsável por tais "anomalias", como você diz?" Interrompeu um grisalho dignatário com uma expressão de profundo tédio.
"Parece que algo está se movendo, andando... acho que é algo orgânico."
"Você acha que é algo, vivo? Talvez um peixinho dourado de duzentos metros de comprimento com pernas, em uma caminhada pelo leito do mar?" O grupo então brada. "Continue com seu trabalho e fique de olho em coisas importantes como a qualidade das águas e o ritual de acasalamento das Manta Rays."
Basta! Em perfeito sincronismo, os dois cientistas levantaram-se de seus lugares. "Nossas descobertas são alarmantes e acreditamos que uma investigação de urgência é de extrema importância. Mas existe uma gélida ignorância em nosso meio."
Eles deixam então a sala e rumam para o porto, onde o Capitão Seahorse, aparentemente já os esperava. Em seu rosto queimado pelo solo surge uma careta ao olhar para os cientistas. "Olá, meus camaradas com cabeça de ovo favoritos. Tem algo que creio que vocês devam ver."
Então, na cabine do navio, ele aponta avidamente para um pacote em cima da mesa de madeira. "Eu consegui isto com um nativo, um tanto quanto perturbado, que fantasiava coisas sobre o fim dos tempos e de todas as criaturas que vivem em terra firme. Sabem, em um primeiro momento eu poderia dar boas risadas, mas quando vi "essas coisas", a risada arranhou minha garganta."
Ele cuidadosamente remove os trapos que envolviam o objeto. Uma criatura meio marrom-esverdeada, com uma forma estranha surge. ele puxa parte da massa encharcada para cima e então uma boca surge desta criatura abominável.
"É uma boca bem grande. E vocês ainda podem ver parte de seus braços e pernas. Eu venho navegando os mares por toda parte do mundo a eras, mas nunca vi nada parecido com isto. Isto não é um animal. É mais como uma planta. Agora, para a pergunta nodosa: O que seria isso afinal, meus amigos bibliófilos?"
A expressão de Bernardo é de puro horror. "Pelas barbas do profeta! Eu... eu... simplesmente não sei. Isto deve ser uma forma de vida completamente nova. Mas isso faz sentido. Isto faz um terrível sentido. As peças começam a se encaixar. O mestre das marionetes começa a se revelar gradualmente. Nós precisamos chegar a origem destas criaturas, ou então estaremos perdidos."
A seguir: As qualidades de vida deste ano deverão salvar tempo, espaço e visão!
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