Olá pessoal! Trago uma novidade para vocês.
A partir de hoje publicaremos histórias escritas pelos próprios usuários do fórum.
E o conto escolhido para fazer a estréia foi escrito de forma incrível pela talentosa Iridium.
Peguem seus óculos de leitura, acomodem-se em suas poltronas e preparem-se, pois lá vem história!
Enfim, a Grande Guerra havia cessado. Estávamos prontos para nos vingar. Aqueles seres nanicos, com longas barbas e afiados machados... Os Anões... Nos haviam tomado o que era nosso por direito. O nosso Forte. O nosso lar. Destruído. Dessacralizado. Desonrado.
Desonra, desonra. Era tudo o que meu avô, Duke Ulderek, vivia resmungando para quem quisesse ouvir. Meu nome? Askarak Ulderek, neto do fundador da Primeira Rocha de meu povo, os Orcs. O que não temos em beleza, sobramos em força e coragem. O que talvez não tenhamos em esperteza, nos sobra em resistência e tenacidade.
E hoje, o nosso dia D, o dia de nossa vingança, enfim chegara. Estávamos prontos. Nosso números estavam maiores, bem como nossa experiência em combate. Apesar de termos sido arrastados para fora de nosso lar, o subsolo nos servira muito bem.
Eu estava montado em meu Lobo de Guerra, pronto para o combate. Chovia uma chuva grossa e raivosa sobre nós, com relâmpagos a rasgar a noite negra a cada instante. Era como se os deuses quisessem essa guerra. Como se pudessem ouvir os anseios de nossos corações que não mais aguentavam o fardo da humilhação. Era naquele momento ou jamais.
— KRAAAAAAAAKK ORKKKK! — Bradei ao desembainhar minha espada, o que foi feito pelos demais atrás de mim.

Bati meus calcanhares no lobo que me carregava, dando-lhe a ordem de correr aos parcos muros de nosso lar usurpado. Milhares vieram atrás de mim. Por essa os Anões não esperavam. Havia alguns dos Guardas dessa raça no portão principal.
Lanças começaram a voar; os Anões se defendiam cortando-as com seus machados ou desviando. Trouxemos o aríete. Seis de nossos mais fortes orcs seguravam a enorme estrutura, batendo a verruma impiedosamente contra a porta enquanto mais e mais anões caíam mortos no chão lamacento e sem grama.
A porta era resistente. A verruma martelava compassadamente sobre a fechadura enquanto os lanceiros e xamãs se encarregavam do serviço de manter o aríete a salvo da ameaça anã. Mais cinco badaladas da verruma de ferro e o portão cedeu, e eis que os Anões vieram nos dar sua mais calorosa recepção.
Hordas e mais hordas dos pequenos barbados correram até nós, e nós contra eles, em uma dança de espadas, lanças e feitiços frenética, mortal como os raios que se desenhavam sob nossas cabeças. Cabeças voavam, sangue jorrava em torrentes dos pescoços decepados até o chão duro e lamacento. Perguntava-me até quando aquele combate duraria... E no íntimo de meu ser, desejava que fosse eterno.
Não me recordo quantos matei. Só sei que meu lobo alimentara-se fartamente aquela noite. A armadura que cobria aqueles robustos e pequenos corpos não era problema para ele. Minha halbérdia deslizava cirurgicamente sobre os braços musculosos dos Anões, cujos gritos agonizantes me inebriavam em um misto de prazer e alegria, em uma furiosa, e necessária, onda de adrenalina, que fazia meu sangue pulsar forte em minhas veias.
Os nossos números mantinham-se constantes ao longo do tempo. Os Anões não tinham como nos vencer. Seus números diminuíam consideravelmente ao passo em que atravessávamos os portões e entrávamos nas torres e no princípio de castelo que fora feito por eles. Logo vieram os Manipuladores de Terra, Anões Geomagos. Aquelas criaturas eram tenazes, tenho que admitir!
Feri-los era difícil, pois a terra era por eles manipulada; em suas mãos, as plantas ganharam vida, e as raízes voltaram-se contra nós, e nossos números começaram a diminuir. Os vimes e cipós vinham em nossa direção com tanta sede de sangue quanto nós. Era realmente uma perícia mágica que desconhecíamos, mas não era impossível de ser contornada.
— Chamas! — Bradei — Tragam chamas!
Os outros Orcs que comigo montavam lobos trouxeram archotes em montes enquanto eu me encarregava dos outros anões que me cercavam. Os Geomagos eram resistentes, e faziam da terra seus escudos. Contudo, ao atearmos fogo às raízes que prendiam nossos colegas desmontados... Ah, o espetáculo tivera início.
Corpos queimados. Anões gritando em agonia enquanto convertiam-se em tochas humanas. Eu ria como uma criança diante de um brinquedo novo. Nunca me divertira tanto. Fiz meu lobo saltar por entre as chamas enquanto meu batalhão continuava a matança.
Lembro-me de ver meu rei montado ao meu lado. A figura cheia de cicatrizes e com os dentes amarelos e afiados à mostra... O nosso ideal de guerreiro. Foi por esse ideal que lutamos. Pela vontade de ter nosso lar de volta. Para comandarmos o nosso reino e, quem sabe, mostrar às outras raças a nossa glória.
O Sol estava aparecendo no horizonte quando terminamos a nossa missão. o que antes era grama e pedra agora estava coberto do sangue oriundo do coração das montanhas, Kazordoon. Não mais a Pedra serviria à vontade dos anões. Ela era dos Orcs novamente, e nossa para comandar.
Meu avô morrera ao nascer do Sol. A idade enfim o alcançara, e era chegada a hora de partir e descansar merecidamente. Em sua homenagem, nossa Fortaleza reergueu-se sob seu nome. Nossa casa agora chamava-se a Pedra de Ulderek - para sempre, o espírito de meu avô regeria nossos portões, torres e ágoras.
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